segunda-feira, 19 de março de 2007

Bilene - tão longe e tão perto...


Por vezes a memória prega-nos partidas curiosas...
No meio da noite ou de trabalho que parece nunca acabar, de repente algo ou alguém nos faz recordar momentos longínquos, mas que marcaram indelevelmente a nossa matriz pessoal, identitária.
E a luz austral regressa momentâneamente, e o embondeiro ou o cajueiro dizem-nos que também lá estivemos...
E a praia longa, de areia alva, de água clara e tépida, está ali, parece que ao alcance de corrida e mergulho...E o som de tambores ao longe, na batucada repetitiva e ritmada como nunca, entrou na mente e por lá ficou...
E os sorrisos francos dos companheiros de brincadeiras quando se trepavam árvores, as risadas (e os trambolhões) das corridas de patins no cimento da messe ou o passeio com o "Lobão", alsaciano de gema, companhia fiel no capim ou pela borda d'água na baía de todos...
Ena que agora parece tudo tão longe e tão perto... do Bilene à Gorongosa ou ao rio dos Bons Sinais de Quelimane, onde aquele maconde me ensinou os segredos zambezianos de como pescar 'caranguejo grande' sem cana! à linha...
E o Cruzeiro do Sul sempre a marcar as noites estreladas da monção seca, na vastidão da savana ou do mar...
...
Que vontade de lá estar!...
Caramba, que vontade...


Tomar,

19/Março/2007