quinta-feira, 30 de maio de 2013

Continuidades…




Tenho, variadamente, alertado para as continuidades rotativistas no nosso panorama local e nacional…
Não por que elas sejam totalmente nocivas, até pelo contrário… Desde que impliquem serenas decisões e seguras âncoras para a urbe, isto é, para todos os cidadãos, até é de de se saudar a estabilidade. O que não é benéfico é a continuidade dos figurantes, que já rotulei (a alguns pelo menos…) de patéticos trastes que sempre se acoitaram, de algum modo ou de outro, à sombra do estado ou para-estado. Daí que a imposição da renovação seja imperativa a meu ver. Sempre defendi a limitação de mandatos em tudo que seja cargo de eleição pública, a obrigatoriedade relevantemente democrática da preparação e rejuvenescimento dos principais actores políticos por via da contínua e progressiva substituição de protagonistas, sejam principais ou secundários… Infelizmente para a polis nada disso se tem passado…
Os aparelhos instalados o melhor que sabem ir fazendo é uma norte-coreana série de sucessões dinásticas mais ou menos disfarçadas de propósitos realmente democráticos e cidadãos… Ninguém é insubstituível em democracia! Pelos vistos, por estas bandas, é esta a realidade facilmente constatável pelas listas de candidatos que vão aparecendo, transversalmente a todo o espectro político…Chegados a este ponto, que fazer?
A maioria deitou a toalha ao chão, basta ver as taxas de abstencionismo em todos os actos eleitorais… Extraordinariamente surgem casos de rotura com este situacionismo alácre e vicioso, mas, regra geral, são sol de pouca dura ou rapidamente caem nos mesmos círculos viciados que pouco antes rejeitavam… Veja-se os casos de novas formações políticas, mais ou menos recentes ou os ditos grupos de independentes, um pouco por todo o lado…
É assim que o comum dos cidadãos se vai cada vez mais desinteressando pela polis, pela participação no jogo político e cada vez mais se vai virando para projectos e instituições de cariz não governamental ou tão simplesmente ligado à raiz da vida colectiva de todos nós… E aí, sim, é bom de ver a democracia a funcionar, as renovações a operarem-se e os frutos a aparecerem como resultado de roturas ou continuidades. Acima de tudo, como flores e frutos de muito empenho, participação activa, livre e solidária de tantos, avessos às luzes da ribalta, humildemente dando o seu valioso contributo para causas que realmente valem a pena e que vão muito para além da pobre vaidade humana dos pianistas de ocasião e dos vendedores de ilusões que, tristemente, se vão alinhando em consecutivos actos eleitorais nesta agora pobre praia à beira rio / mar plantada…







Tomar, Maio de 2013

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