Na modorra dos
‘sound-bytes’, já estafados e cada vez mais patéticos, não há nada de
novo a esperar…
Isto quase que
parece Kafka a renascer do além, mas não é, para consternação geral, não é,
creiam!
A acrescentar
ao cinzento das ideias temos também o cinzento amarelado do asfalto ‘barrado’
de ocre da lama da já pouca obra por terminar ou por iniciar, por falta de cabimento
orçamental. Muito apropriado ao ‘status-quo’ político… Depois logo se verá … Já andamos assim há décadas – as do
nosso descontentamento, claro está!...
As reticências
são como o cinzentismo: alácres, cínicas, desconfiadas da própria
sombra. Sem grande esperança ou vontade de a ter. Convém assim ser, pois assim
nada mexe!...
Que diabo, mas
que lhe deu? Ainda há pouco dizia-se de optimista, mesmo contra a corrente do
nacional-pessimismo!
Pois,
respondo, têm toda a razão! Mas que fazer então, que esperar?
Não há
milagres, por mais que os crentes o defendam. Apenas há homens e mulheres que
pensam e agem ou não! No nosso caso o não está instalado! Deixem andar… é o
mote mais visível.
Ah assim não!
Ou escapamos a este círculo vicioso e viciante ou então não haverá milagre ou
messias milagreiro que nos valha! (Até já experimentámos vários e foi o que se
viu! Portanto, nem vale a pena repetir doses que já enjoam!).
É
tempo de decisão e de recomeçar! Com serenidade e sem embasbacamento.
Com firmeza mas sem a ganância do poder pelo poder. Com civismo e espírito de
missão, sem ilusões mas com projectos realizáveis, por mais adversas que sejam
as situações.
Com coragem
mas sem estridência, própria de quem não sabe o que quer a não ser manter tudo
na mesma, mudando apenas os actores das sucessivas farsas.
É
tempo de mudar, de tomar outro rumo.
O
optimismo faz-se, não se inventa! Faz-se de pequenos passos e de pequenas luzes
que vão acalentando os sonhos e derrubando a insensatez dos que se julgam donos
eternos e santificados do e pelo poder! Faz-se de pequenas coisas que mudam a
raiz das coisas!
Que
mudam a realidade, que a transformam em sonho realizado, por nós, mas para os
outros!
João
Mendes Nogueira,
em Tomar num dia de Setembro
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