sábado, 14 de fevereiro de 2009

Orientes... (para a Nat)

(Crónica de viagem…)

Já tinha dito, nesta minha «'espécie' de 'blog'», que aprendi no oriente a matar com o silêncio...
Quando estive lá foi isso que aprendi...
(Por mais que fale, que me expanda, há dias em que silencio, mato com o silêncio, não com cumplicidade ou aceitação, os tremendos disparates, a que a infantilidade e vaidades humanas nos levam, a todos, quando confusos ou transtornados...)

Fernão Mendes Pinto, por certo, percebeu isso quando chegou ao Malabar...
Senti-o no peito e na mente quando passei o Cabo e, mais tarde, repousei no Bilene, antes de prosseguir para a Cidade do Santo Nome de Deus, Macau, para nós tristes errantes ocidentais...
Só que o povo destes lás, africanos e asiáticos, deixa saudade, pela serenidade e pelo reencontro com a nobreza e fugacidade das nossas tão limitadas e lúgubres existências...

São estes os meus momentos de silêncio que, emocionadamente me permitem 'publicar' o que penso... (e que também podem servir de pista a quem me queira tentar perceber ou explicar... mesmo se eu mesmo não me consigo exprimir ou explicar...)

Ludwig Marcuse, um alemão filosofante, exilado nos E.U.A. no pós-68/69 europeu, ensinou-me outra coisa: por vezes temos de 'deixar no cabide das roupas esquecidas', algures num qualquer guarda-roupa de velharias, algo ou alguém, que duma forma ou doutra, de alguma maneira nos marcam...
Mas essas marcas e momentos, são indelevelmente nossos, são a nossa 'cultura' e alicerce, para o bem, para o mal, ou, como às vezes digo: «algures no meio, de todos os nossos dias de arco-íris, de cinza e seus matizes ou mesmo nos mais negros das nossas fugazes vidas.»


Por isso o silêncio não significa muitas vezes mais que uma serena confiança e esperança de luz ao fundo do túnel!

Muito provavelmente vivemos tempos desses!...

E se não formos capazes de ser e estar com humilde humanidade, mais vale não irmos por aí, pelo logro da decepção e do engano ou do desespero inúteis, porque cerceadores de liberdade!



Tomar,

Fevereiro de 2009

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