Sete (7) anos depois, revisito o que escrevi, ao
tempo, e que continua bem actual, infelizmente…
(Cito passagens do que, então, consegui publicar
local, regional e nacionalmente…)
Muito mal anda um país e um poder que malbarata os
profissionais da educação (e não são só professores e educadores…) e em que
toda a gente acha que sabe alguma coisa de educação quando, por demasiadas
vezes, mantêm uma visão perfeitamente salazarista das questões educativas…
Todos e mais alguns dão doutas opiniões sobre ‘a Escola’, mas quem nunca tem
razão são os que nela trabalham e a quem tudo é exigido – o serem pontuais e
assíduos, como se a pontualidade e a assiduidade fossem imagem de marca deste
país, (e dos seus diversos responsáveis políticos…), que sejam educadores,
pais, mães, psicólogos, assistentes sociais, e já agora, animadores de tempos
livres, guias turísticos, ‘pau para toda a obra’…
Muito mal anda um país que gere rácios e esgrime
números no que toca ao investimento no conhecimento, na inovação, no saber
fazer e no saber porque se faz assim – na educação e investigação – na ESCOLA!
Mas neste planeta agora ‘globalizado o ‘spread mais baixo do mercado’ é a nova
moda – a mercantilização da educação e o ‘cheque-educação’, mais o ‘gestor
escolar’ é o que está a dar… Como se o futuro dos nossos filhos passasse só
pelo pela logística, a gestão ou o ‘deficit’ financeiro crónico talvez mais
provocado por políticos deslumbrados por rotundas e fontanários, agora já não
iluminados mas cibernéticos ou por betão e alcatrão…
Porque qualquer verdadeiro Professor, e ainda somos
maioria na nossa missão, sabe da importância do seu mister, da responsabilidade
que carrega aos ombros, disso não tenham qualquer dúvida. E se erramos, somos
sempre os primeiros a sabê-lo! Basta-nos olhar para os olhos e caras daqueles
com quem todos os dias trabalhamos!
Porque, é bom não esquecer, o ‘pedagogo’, na Grécia
antiga, era o escravo que ensinava…Mas mesmo escravo, talvez fosse tido em
melhor consideração do que hoje muita gente quer fazer crer…
Mal vai o país que maltrata em vez de acarinhar os
seus professores…»
João
Mendes Nogueira,
Professor em Tomar, Portugal
(já lá vão mais de 30 anos, por vocação e, apesar de tudo, com vontade
de continuar)
Maio de 2006 / Junho de 2013
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