sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Regresso outonal…



Em simultâneo leio que, algures neste país, continuamos a desenvencilhar e a resolver problemas, um pouco ‘ad hoc’, mas conseguindo… E que entre o falhanço dos ‘políticos profissionais’ e os que, no terreno, continuam a trabalhar, a república lá vai seguindo…
(Ao mesmo tempo que, no meio da azáfama profissional, tudo e todos continuam solicitando mais uma reunião ou mais uma tarefa, acreditem que não é fácil o caminho…).
Já muito atrás escrevi que agora é mesmo assim…, mas e convencer o umbigo próprio e o dos outros que não vale a pena demasiada preocupação, que o ritmo dos tempos que correm é este e não outro?
Novas, neste início de Outono semi invernoso, poucas… de relevo, digo…
Mas partilho aqui algo de estranho… Será que o senso comum tende a desaparecer? Da capital do ex-império a Tomar, ninguém se lembra de limpar linhas de água ou simples escoadouros ou sarjetas? Público ou privados já deviam estar habituados a umas chuvadas fortes… Ademais, como diz quem sabe, ‘mais vale prevenir que remediar’… Adiante…
De positivo, e relevante, o facto de todos estarmos felizes com o número e qualidade de eventos, mais eruditos ou mais populares, que se vão realizando um pouco por todo o lado… Por isso o incentivo e as devidas saudações a todos os dinamizadores. Quase em ano de festa maior - a dos Tabuleiros - são, sem dúvida, bons os augúrios para Tomar 2015. Que continuem os preparativos…
No entretanto, para momentos cada vez mais curtos, infelizmente, aconselho-vos a leitura de dois Nobel: Alice Munro, uma incrível novelista canadiana e a última obra (inacabada) de Saramago…
E se vos incomodarem, paciência… E se vos desafiarem, aceitem os desafios… e se vos fizerem voltar costas, também têm esse direito…

No tempo que escorre voraz e intempestivo, se tivermos que ser radicais, que o sejamos, indiferentes é que nunca… E se a frontalidade já não valer nada, então não valerá a pena gastar mais palavras com quem não as quer ouvir…
Em sociedades paralisadas pelo medo ou pela falta de solidariedade, ou apenas reduzidas a cavernas de trevas, ou ainda tolhidas por preconceitos escusos de ambição pelo poder, só a diferença pode alterar mentalidades, modos de pensar e agir… Nada de novo afinal, que imperfeitos humanos que somos, já não saibamos.
No entretanto, por favor, deixem os comerciantes comerciar, os viajantes viajar, os políticos cirandar e as minorias sobreviver fora de guetos, que isto de aceitar diferenças é cada vez mais complicado neste mundo!…
Que o Outono sobreviva aos temporais e que possamos desfrutar algum sol outonal ou um verão de Santa Iria ou de São Martinho com alguma serenidade, se é que isso ainda é possível e não paga imposto!…

 Setembro de 2014,
Tomar


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