sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Distrações...

Depois dos resultados das legislativas de 4 de Outubro, que aqui previamente
antecipei…(Como qualquer um o faria, fácil e obviamente!) voltamos às distrações, à coreografia habitual no pós-eleições, principalmente quando elas amargamente implicaram indecisões e não o seu contrário. Já à alguns anos, e por menos, um ex-primeiro ministro abandonou o ‘pântano’… Curioso é que, até hoje, não quis regressar, dedicando-se a causas bem maiores e, provavelmente, bem mais importantes… Adiante… que por ora estamos no momento das luzes de palco e dos bailados típicos do mediatismo dos nossos tempos… (Também já várias vezes o defendi… estamos todos igualmente habituados…) Aguardemos, pois, os actos finais, que os dramas seguirão mais para a frente, em tempos mais outonais e invernosos, sejam eles governamentais, orçamentais ou presidenciais, que é esse o calendário do circo e pão, tão romanos como a nossa latinidade…
Destas distrações e entretenimento não nos livramos tão cedo, e, verdade seja dita, ainda tiramos algum do gozo que dá ver tantos, tão aflitos, ziguezagueando ou fazendo soberbas piruetas… Disto temos a rodo aos vários níveis do poder político… Daí o fastio e desencanto de tantos, o abandono de demasiados, a fuga à participação de outros tantos tão válidos, principalmente mais jovens e inovadores espíritos que, antes cedo que tarde, deveriam ter regressado a uma participação activa no contexto político e partidário… Já é tempo! Por isso coragem e não desesperem! Têm todo o tempo do mundo!…
 
Abandonando a distração nacional… importante é realçar um simples facto: o dos líderes dos dois maiores países europeus - França e Alemanha - terem, curiosamente, acertado algum passo, perante o Parlamento Europeu, no que toca a aspectos que vão ter impacto e importância crescente nos tempos que se aproximam e que têm a ver com a Europa enquanto projecto comum em crise e em causa. O aviso ficou para os dançantes e passantes do costume - o espaço europeu não só está em crise como em causa, os tempos não estão para hesitações, contemplações várias ou distrações - são os pilares da construção europeia que podem estar ameaçados, é o nosso espaço, construído duramente à custa de tantos sacrifícios no pós duas guerras mundiais, que, finalmente, alguns começam a vislumbrar ter de ser reforçado e re-estruturado sem complacência com as ditaduras ou as barbáries várias que põem em perigo a democracia, a liberdade, a tolerância e a fraternidade, enfim, a humanidade, ainda que imperfeita, mas sempre válida, dos estados de direito democrático!
Talvez aqui sim, esteja algo que valha a pena, bem para além de todo o espectáculo das modas políticas mediáticas e imediatistas que vão regendo a espuma dos dias que correm…

Tomar,
 Outubro de 2015

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