quinta-feira, 2 de julho de 2015

Que venha a Festa...


A nossa Festa maior já aí está... Com o verão impante e luminoso, mais uma vez provamos que conseguimos, porque as nossas almas não são pequenas, como diria o também poeta maior da lusofonia...

Neste Domingo será o cortejo, dito dos Rapazes, hoje das crianças de todo o concelho. Depois o restante programa, já apresentado, por certo, continuará com brilho e luz... Ainda bem! Um obrigado ao Mordomo, o João merece e por isso o elegemos! Mas todos deveríamos agradecer à comunidade, ao povo de todas as aldeias e lugares, de toda a cidade... Sem ele nada seria possível...
É difícil dizer muito, quando estamos perante manifestações deste género, de longas tradições que se perpetuaram e continuam a manter-se vivas nas almas dos povos, das nossas gentes...
As emoções transcendem a palavra, esboroam em momentos como o do levantar dos tabuleiros na praça... As imagens ficam na memória de forma indelével que nenhuma tinta conseguirá com facilidade fazer esquecer...
Por isso, um singelo e humilde desejo basta: Que venha a Festa! Que viva a Festa!

Tomar, Julho de 2015

sexta-feira, 19 de junho de 2015

De novo o calor de verão e a tragédia grega…


Já iniciado o tempo de calor, novamente destemperado e ameaçando mais infernos incendiários, apenas sabemos que continuam por aí um helis russos que não podem voar e ajudar os nossos soldados da paz e as populações aflitas…as queixas habituais, os desleixos também… Mais do mesmo desde há alguns anos… Sobre segurança e prevenção estamos conversados… Depois de casa ardida lá se lembrarão de que muito era necessário mudar… A começar pelas mentalidades…

E bem a propósito, nesta nossa Europa a dita classe dirigente, que cada vez dirige menos, lá anda novamente em bolandas gregas, com os ditos a ajudarem, e de que maneira, à festa… O Varoufas, como é conhecido entre as gentes da comunicação, já não sabe onde cortar mais para agradar à chancelerina wagneriana e aos burocratas bruxelenses… Onde é que já ouvimos isto com outros protagonistas, ou os mesmos de sempre… Por cá tínhamos o Gaspar, que se transladou para as bandas do FMI deixando a fava para a loura impenitente e ultramontana que continua às voltas com o grego drama de cortar mais 600 milhões nas reformas, na saúde, na educação e mais onde ainda houver algumas migalhas para esmifrar… O fantasma 44, lá de Évora, continua a assombrar a rosa e o ex-edil de Lisboa, prometendo-nos um verão telenovelesco na imprensa da especialidade… Para mais em ano de eleições isto está mesmo a lembrar uma caldeirada daquelas à antiga… A laranja rejubila, mas azeda quando as coisas começam a descambar para a falta de coerência dos discursos com as tristes realidades com que nos vamos defrontando … Navegação à vista ou de cabotagem, que entre mortos e feridos alguém escapará…
O venerando Eça ou as farpas do Ortigão são hoje, mais que nunca, de leitura obrigatória… Admira-me até as editoras e os media não aproveitarem o filão…
Bom, aproveitando o estio, a pasmaceira e a repetição até à nausea de um panorama lodacento e tragicómico, resta-nos almejar por um pouco de brisa fresca, pela festa que aí está a chegar e continuar com uma réstia de esperança de que algum tino chegue a estas cabeças pensadoras que julgam que nos governam ou que nos querem governar…
Já era tempo de pararem um pouco e não debitarem tanto dislate e verborreia, duma ponta à outra do espectro político… É que nem sequer conseguem imitar os ‘podemos’ ou os ‘syrizas’, os ‘sarcozys’ ou os ‘le pens'… Não enganam mesmo e os amanhãs deixaram de cantar lá para leste, que aquilo tornou-se máfia do piorio…
Alegremo-nos no entanto, mais um desatinado verão passará e as chuvas de outono poderão trazer-nos novas mais positivas… Que ao menos possamos desligar-nos um pouco neste tempo para recuperar ânimo e força a novos desafios e caminhadas que nos esperarão… Para isso sugiro que bastará desligarmos um pouco as TVs e recuperar leituras atrasadas com algum sossego e tempero estival…

Tomar,

19 de Junho de 2015


sexta-feira, 22 de maio de 2015

Segurança...

O verão aproximando-se e o calor, desafia ao disparate de muitos dos nossos pseudo-governantes ou os que a isso se alcandoram…

Por aqui quase que já nem vale a pena falar… Destratando-se uns aos outros em variados fóruns, destratam as instituições, logo a democracia… Por isso, tarde ou cedo não se queixem…
Já no país, a ‘estória’ fia mais fino…
Variadamente o disse que dias decisivos se aproximam… Daí que natural seja que o clima aqueça, os calendários apertem e muitos se vejam em verdadeiras bolandas gregas para se fazerem ouvir… Novidades, muitas ou poucas, vão surgindo e as águas continuam em separação…
Ainda bem! Só com contraditório se debate cívica e democraticamente, só com alternativas e diferentes propostas e visões do que se quer, se tiram dúvidas e se preparam caminhos de continuidade ou de ruptura… Mas os tempos são conturbados e complexos em demasia para grandes espaventos ou tiradas prometedoras de paraísos… Se repararmos bem, está a haver uma contenção que, provavelmente é sensata em tempos de cóleras várias um pouco por todo o planeta…

As posições não estão assim tão extremadas após tantos anos de crise e estagnação numa Europa continuadamente em busca de saídas novas que permitam ultrapassar impasses e nós górdios que a burocracia e a ditadura dos mercados desregrados fez impôr às democracias do velho continente, também nas do outro lado do Atlântico… Com as novas ameaças assimétricas vindas de oriente e do sul, vivemos a norte e ocidente tempos de espera ansiosa por desenlaces que ainda demorarão a chegar. No entanto algo começa a parecer mais claro: a tolerância não pode ceder no que respeita a pilares fundamentais dos valores, das liberdades e da segurança que os estados de direito conseguiram consagrar em tantos anos de luta solidária pela paz e pelo respeito mútuo, fundações do progresso humano na sua múltipla diversidade.
Ora é precisamente nos limites desta segurança, que se concentram os maiores dilemas da actualidade: qual a fronteira entre a aceitação democrática da diferença e a transigência letal à barbárie, que com frequência já se gera dentro das nossas próprias portas?
Também aqui teremos de reflectir para agir em consequência. Afinal num mundo globalizado já é impossível pensar que o que se passa ali ao lado ou lá bem longe não nos afecta ou interessa.
Desenganem-se os iludidos do momento, do aqui e agora, pois é tempo de pensar e agir local e globalmente!

Maio de 2015,
Tomar


sexta-feira, 8 de maio de 2015

REtomando a palavra…


Sejamos crus, mas procuremos ser justos…
A actual maioria camarária além de abstrusa é contra natura e contra contexto…
Tal como foi a anterior coligação PSD / PS, pós-maiorias do independente Paiva, que conseguiu ‘secar’ o panorama político nabantino durante anos… As consequências estão bem visíveis - o eleitorado além de massivamente se abster, não quis dar maioria a ninguém, inclusivé no coração do concelho, a nova junta urbana. Daí os impasses actuais, herdados de anos de falta de renovação de quadros em todas as forças político-partidárias, do caciquismo e acomodamento de muitos e do abandono de outros tantos que se fartaram de tanta trapalhada e ensimesmamento…
Sejamos justos também… se alternativas não se perfilaram nas diversas forças, não é de admirar… O atavismo reinante é de décadas, o sebastianismo continua a macular e os gentios, mesmo mudando, mantêm vícios ou alergias antigas, avessos a mudanças, na inércia da divisãozinha de poderes, quintas e quintinhas. ‘Metecos' ou ‘de gema’ (em vias de extinção, pois já nem maternidade temos, e para quê?…) os nabantinos ou desesperam ou desligam-se: ‘mais do mesmo’, dizem… Se alguma criatividade e inovação vai havendo, já aqui o disse, ela está na iniciativa de muitos indivíduos ou colectivos, particulares ou nem tanto, que, desgarradamente vão arriscando e alcançando sucesso ou perdendo vontade de continuar quando as coisas correm, infelizmente, mal…

Ora é aqui que reside a questão - a continuarmos assim, só geraremos mais desertificação, de ideias e vontades, de projectos, de gentes também… Ou será que TODOS os eleitos ainda não repararam nisto? Claro que é mais fácil ‘deixar correr’, inventar mais umas polémicas anémicas e desprovidas de utilidade para encher discussões, tão acaloradas como vazias, em qualquer assembleia…
REtomando a palavra: deixem quem faz bem singrar, que o receio da própria sombra não censure mais quem faz, para que quem está continue a estar… Alguma coragem é necessária para quebrar esta modorra…
Tempos decisivos esperam-nos a todos. Aqui, no país, nesta Europa em ebulição, nestes tempos desafiantes que vivemos, neste século ainda tão jovem, com tanta novidade e caminho por percorrer… Deixemo-nos de falsas promessas e oratórias, prospective-se mais, com mais audácia e menos mentalidade de ‘velhos do Restelo’! Acima de tudo, necessário é agir, sinergir também ajudava, reflexão e auto-crítica seriam excelentes pontos de partida para assumir vias diferentes, que criem mais confiança e vontade de participação cívica.

Tomar, 8 de Maio de 2015

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Da viragem necessária à possível…


Vivemos tempos decisivos… Aqui e em toda a parte…
Começando por aqui, já não basta propalar ‘mudança’, há que a efectivar… local, nacionalmente, na Europa…
As viragens necessárias estão por decidir, e, pioneiramente, alguns já as iniciaram. Muitos na inércia da contenção e ou aversão ao risco, resvalam para ‘velhos do Restelo’, recordando os abismos todos, todos os terríveis Adamastores do Cabo das Tormentas, que afinal acabou por ser da ‘Boa Esperança’. Os profetas da desgraça, normalmente são incuráveis no seu pessimismo…
Mas as viragens necessárias têm igualmente de ser possíveis… Ora é aí que ‘bate o ponto’…
Por aqui o ‘videirismo’ não alterou a soberba de 16 anos de absolutismo, ficou aprisionado na terra queimada dessas quase duas décadas e dificilmente descolará dum alterne de protagonistas e da gestão da conta corrente do imobilismo…
Já no país e numa Europa envergonhada pelo arrojo do outro lado do Atlântico, do Norte e do Sul, a refrega promete… O contraditório parece começar a surgir… tímido, ainda carpindo mágoas e insucessos, temendo sombras, lambendo feridas abertas - a insustentabilidade aparente do modelo social que a Europa construiu no pós-guerras levanta medos, reais ou imaginários, tolhe capacidades de intervenção e projectos de saída para dias menos turvos e mais luminosos…
As rotinas demoram tanto a serem combatidas como os atavismos burocráticos e os circuitos fechados do poder encarquilhado que criou as novas gerações dirigentes alapadas a um carreirismo partidário subserviente, inepto e incapaz de se libertar e de, partindo dessa libertação, ter abertura à realidade, inovar e abordar os novos contextos locais, nacionais, globais…
Daí que a viragem necessária se torne mais urgente que nunca, mesmo que o ritmo possa não ser o dos dias que correm, mas o possível na procura de novas soluções e caminhos…
Afinal, nada de revolucionário ou extremamente difícil de entender para o comum dos mortais…
Como espécie infantil que somos, nós humanos criamos zonas de conforto e inércias que naturalmente se espandem ao social e ao cultural da nossa tri-dimensionalidade e pluralidade. Não é por isso de espantar que os sistemas políticos demorem a estremecer, e, finalmente a adequarem-se à real evolução daquilo que querem determinar e cada vez menos conseguem controlar…
Por isso a possibilidade da viragem dever funcionar como motivação para o encontrar de outras soluções, para a reflexão de novas hipóteses e abordagens que permitam gerar diferentes consensos, mas também diferentes e contraditórias alternativas necessárias, contextualizadas e projectadas no tempo. Daqui também ser necessária a frieza óbvia e informada para que a viragem tão necessária, se transforme em realidade possível.
Abril pode vir a ser o início decisivo da viragem necessária para a construção de novas realidades possíveis… No mínimo, devemos todos procurar ter essa esperança, merecendo, assim, os sacrifícios de tantos que lutaram por mais democracia e por um estado de direito, aqui e em toda a parte.


Tomar, Abril de 2015

terça-feira, 14 de abril de 2015

...

Don't misunderstand me,
Just lookin' for
A place to wait for
Some hope...
Some
Peace
Of
Mind,
Some
Wind
On
My
Hair...

Stumblin',
Gettin' over,
The pain
Of
The
Never endin'
Blank
Page...


Lisbon,

April, 2015


sexta-feira, 10 de abril de 2015

E a Festa aí está...

Domingo de Páscoa, primeira saída das Coroas...
Primavera renascida na urbe adormecida...
O que hoje posso dizer é pouco, é curto, porque indizível...
Ao recordar outras saídas, outras Festas, fica-me toldado o olhar, silente o espírito...
Relembro as fotos, relembro as gentes, o povo que faz a festa, a solidariedade sempre presente entre todos, a partilha, o trabalho imenso, por detrás de tudo... Esforço e empenho anónimos que tanto conseguem... mesmo quando algumas vaidades e protagonismos tentam ofuscar tanto valor e empenho...
Por isso, que viva a Festa! Que consigamos, uma vez mais, ser merecedores deste património tão imaterial, que tanto nos diz e faz fazer... Que este ano, mais uma vez, as Coroas, os cortejos, a Festa saia à rua como sinal de esperança em melhores dias... Bem precisamos, bem merecemos, Tomar merece!

Tomar, Abril de 2015


sábado, 4 de abril de 2015

...


...

O judeu errante
Voltou a casa,
Com o tempo da memória
Escorrendo,
Espuma
De mar,
De vento...

Voltou a casa
Na Passagem...

Nunca de lá
Saiu,
Desde a
Diáspora
De dias
Infinitos...



...


Na página amarga
Caiu a lágrima,

Na página quebrada
Pela tinta tingida
Procurando palavra
Com o silêncio
Que quebrou
À noite insone,
Errante,
Encoberta,
Buscando
Dizer
O
Indizível...

Lisboa,
Abril de 2015



sexta-feira, 27 de março de 2015

Tomar, enésima vez…


Viver numa cidade como Tomar, com património tão notável e mundialmente reconhecido é raro privilégio para todos nós… Também é dever, de todos, respeitá-lo e, acima de tudo, preservar estas heranças de séculos…
Quando há recursos fartos tudo se torna, obviamente, mais fácil, mas não pode ser a escassez de fazenda pública que impeça novas ideias e sua organização e concretização… A menos que as sucessivas ‘mudanças’ tão propaladas por quase todos os executivos camarários não passem do que habitualmente têm sido: meras promessas que o vento vai levando algures para um deserto de miragens… Facto é que, estrategicamente, pouco ou nada tenha realmente mudado… Se não vejamos: Reabilitação do centro histórico? Para quando a sua renovada discussão e ponderação de decisões não avulsas ou meramente aproveitando mais uns dinheiros de fundos comunitários? Com as obras a terminarem ou quase, que futuro para o complexo da Levada? Castelo e Convento… Depois dos acessos, há pouco renovados, que soluções para melhor ligação da cidade ao monumento universal? ‘Corredoura’ … Para quando um concurso de ideias, por exemplo, com vista à exploração de caminhos para a sua transformação num verdadeiro coração comercial da cidade? Cultura e animação cultural permanentes… Para quando uma eficaz e coordenada agenda citadina e
concelhia, fixadora de eventos, iniciativas e públicos ao longo de todo o ano? Felizmente, neste aspecto, bastaria seguir a extraordinária resiliência e esmerado trabalho de muitas associações, às quais os vários poderes autárquicos se vão atrelando, indo à boleia dos frutos de tão incansável produção de eventos… Já agora, para quando uma verdadeira reorganização dos pelouros municipais nestes sectores? Já repararam que o pelouro da Cultura, por exemplo, esteve quase sempre na alçada directa das várias presidências nas últimas décadas? Porque não se pensa na integração de Educação, Cultura, Desporto e Turismo no domínio de um único departamento / pelouro autárquico? Ou estes sectores apenas servem para enfeitar programas eleitorais?
Várias questões aqui vão continuando a ficar… para muitas, muitos têm tentado, contra ventos e marés, avançar com propostas e soluções variadas e tão simples, que pouco ou nada onerosas são… Habitualmente apenas temos assistido, ao longo de demasiados anos, ou a uma letargia de ideias ou a espaventos obreiristas, fortemente marcados por opções pessoais, que deixam marcas negativas para muitos anos… Já é tempo para alguma serenidade e maturidade que não fira de morte tanta iniciativa privada (e, por vezes, pública) que, ainda assim, tem resistido a tanto disparate, com tão bons casos de sucesso realizado e continuado…
Já várias vezes defendi o mesmo: Tomar merece melhor, nós cidadãos destas terras, exigimos melhor. Que ao menos sejam os poderes públicos a promover algumas bases de diálogo, organização e inovação, potenciadoras de energias que estão aí, presentes, desde há muito, no anonimato mediático do movimento associativo, das empresas e iniciativas individuais que , no entanto, sucessivamente têm sido validadas pelo sucesso e pela sua qualidade…
Em ano de Festa maior, a dos Tabuleiros, que pelo menos se comece a equacionar alguma luz para o fim dos dias e anos de chumbo que temos vivido…
Também que a Primavera anunciada para estes dias pascais, renove energias, abra espíritos e convide a mais acção e menos palavras vãs…
Tomar agradece!…


Março de 2015

sexta-feira, 13 de março de 2015

Narrativas...

Infelizmente, as 'narrativas politicamente correctas e donas de toda a verdade' continuam a aumentar e, mais e mais, local ou nacionalmente, continuamos a ser tentados a validar, pela divulgação fora de contexto, na 'conversa de café', ou com base nas agora tão faladas redes digitais, onde vale tudo... a coscuvilhice travestida de notícia...

Daí que, mais que nunca, devemos procurar não embarcar na primeira 'história' que aparece, pois mesmo os profissionais mais experimentados nestas difíceis artes da comunicação social estão a ser manifestamente manipulados ou enganados com uma facilidade espantosa... A questão da confiança na informação torna-se fulcral nas sociedades dos nossos dias. Também isto exige muito mais, quer aos 'media', quer aos leitores, ouvintes ou espectadores. Uma clara distinção entre factos e opinião ou comentário sobre factos tem de ser apanágio essencial de qualquer órgão de comunicação social. A própria sobrevivência dos 'media' depende da clara defesa da liberdade de expressão e opinião, mas também da qualidade factual da informação que transmitem. Ora aqui reside a dificuldade para quem relata ou noticia, mesmo para quem opina...A validação dos dados  factuais torna-se extremamente difícil e custosa hoje em dia...
 Será tudo isto impeditivo de  informação de qualidade? Bem pelo contrário! Mesmo em situações incríveis sabemos todos que tantos jornalistas sempre conseguiram vencer o engano, a coação, o medo, a perseguição e sempre foram referencial de liberdade e independência. Também a eles devemos a abertura das sociedades e o seu progresso democrático. São esses exemplos que também deveremos enaltecer e seguir. Por isso e por dever de cidadania será sempre oportuno distinguir o trigo do joio e desconfiar de extremos e propaganda que por vezes assolam muitos contextos... O actual pode ser mais um deles...
Por isso relembrar, sensatamente, aspectos base dos pilares da informação, seja um bom desafio em início de fim de semana onde, para além de algum, se algum, repouso, muitas vezes procuramos saber mais um pouco do que nos rodeia...

TomarMarço de 2015

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Questões gregas…

Por respeito ao sofrimento de demasiados gregos e troianos, não, não vou falar deles…
Também por respeito idêntico não pretendo falar de mais desgraças… Bem nos bastam as tantas que temos por cá e por tanto lado no planeta…
De facto, o que entedia é a ‘dança’ de ano eleitoral… Não será que ao menos nos podiam poupar a tanta ‘gaffe’ e cambalhota, tanta fome de foto e boneco na pantalha?… A tanto
comentário, bem pago, nos jornais e televisões… Depois queixam-se de abstencionismo…E aí sim, podíamos relembrar o dito latino que, dos gregos diz que devemos desconfiar de seus presentes…(ou promessas…)! O problema é que já desconfiamos mesmo…, seja de gregos seja de romanos, que isto de ‘pão e circo’ já se tornou hábito mais velho que a velhice…
Mas, e ele há sempre um, pelo menos gregos, britânicos e outros bem podem trazer-nos boas soluções e variadas também: tempos eleitorais mais curtos e formação mais célere de governos. Gostemos deles e de suas cores ou não, pelo menos tomam posse pouco depois da eleição…
Já agora, se os dirigentes políticos por cá se querem credibilizar, para quando a alteração de leis eleitorais, para quando querem diminuir prazos, ou finalmente concluírem que, para dizerem menos disparates, deveriam estar menos no parlamento, saírem mais de lá e ouvirem mais os eleitores, darem a cara nominalmente pelos seus mandatos, em vez de rodarem no esquema das listas partidárias?…
Também seria inovador, decidirem essa coisa das nomeações… Das duas uma, ou optam pela nomeação de pura confiança pessoal, assumindo as respectivas responsabilidades e riscos ou admitem a selecção de quadros dirigentes por mérito comprovado, com ou sem cartão partidário, nas várias administrações e carreiras públicas …
Há muito por onde escolher, nos variados sistemas democráticos… Continuar num meio termo confortável, já não é opção, nem aumenta a transparência que devia nortear o Estado a todos os seus níveis…
Já que estamos em longo, longuíssimo ano eleitoral, estas seriam questões que as várias candidaturas deveriam esclarecer. Não têm custos… para além de que bem poderiam ser esclarecedoras para nós, desconfiados eleitores, após tantos anos de recuos e avanços no que toca ao aperfeiçoamento e reforma, bem necessária, do nosso sistema democrático.
Já sabemos, infelizmente pela tragicomédia grega e não só…, que este tipo de problemas são sempre esquecidos e enviados para as tais calendas gregas, mas já era tempo dos nossos responsáveis políticos assumirem o que defendem e propõem…
Assim, também, talvez pudéssemos ‘vermo-nos menos gregos’ para os entender e perceber afinal o que querem!…
E pronto! Prometo não falar mais da Grécia…
Por enquanto…

Tomar,
Fevereiro de 2015


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

De Tomar, ainda esperando novas...


Em ano de festa maior no concelho, na urbe, de todos... (Será?...), continuamos demasiado condicionados pelo contexto... Digo, continuamos quase que, como gregos, esperando por desenlaces... Autárquicos, nacionais, europeus...


Já sabemos que dificilmente poderemos ter muito mais... Com uma autarquia estrangulada financeiramente e dado o seu peso na vida concelhia, com o sector privado exausto, a hemorragia demográfica e o envelhecimento, o panorama não é nada, mesmo nada animador...

No entanto, está pausa forçada bem pode ser útil para reflectir e debater outras vias, outras ideias. Repensarmos rumos e estratégias bem podia quebrar este desalento e modorra invernosa... Já era tempo de clarificar e separar águas... de deixar de falar tanto do que está, do que esteve... Logo, traduzir em actos tanta promessa de mudança. Talvez mais do que anúncios, boas intenções ou o que seja, bem gostaríamos de ouvir propostas concretas! Por exemplo quanto ao planeamento urbano, na revitalização do centro histórico, na política educativa e cultural, ou tão somente, e bem a propósito, que futuro para a Festa? Como muitas vozes têm assinalado, bem demais, muito há que trabalhar, muito há que repensar e preparar... até porque o novo quadro comunitário já aí está! Também! Como o aproveitar? Que prioridades? Mais do que programas eleitorais, necessitamos de PROPOSTAS! E muitas não requerem recursos financeiros avultados ou que não existem. Precisam de liderança e trabalho profícuo, em sinergia que cria sinergias, isto é, que atrai mais trabalho, mas também mais vontades construtivas.


  Afinal tem sido essa a herança que as populações destas nobres terras nabantinas tão nitidamente  nos deixaram e que felizmente continuamos a honrar em todos os anos de Tabuleiros...

Que esse espírito contagie uma vez mais todos, principalmente quem, nos vários domínios da nossa vida pública, tem de ser modelo de partilha, trabalho exemplar e abertura democrática dos caminhos possíveis que tentamos trilhar, mesmo que caminhos diferentes para futuro que queremos melhor...

 

Tomar,
Fevereiro de 2015
 

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

...

O mercador de sonhos
Trocou Granada
Por uns trocos...
Vendeu Aladino,
Tornou-se lúgubre,
Estilhaçou as torres
Do Novo Mundo....

Morreu de cólera
Quando se imolou
Contra os espelhos
Que encontrou
Para lá de
Atlântida...

Setembro de 2009